Nô Salvá Laginha

Somos contra o“alargamento do areal da Praia e construção do esporão a Norte da Laginha” pelas seguintes (onze) razões  (prováveis efeitos da obra):

 

1. Não é uma prioridade para uma ilha ainda com muitas carências tais como iluminação pública deficiente, ruas sem pavimento e passeios pedonais, etc. Para além disso importa considerar que a verba utilizada nessas obras, que muito provavelmente será paga por nós todos e com muito sacrifício, principalmente nesta ilha que detêm o record de desemprego do país, poderia ser utilizada para estudar e implementar formas de redução da poluição na praia, para estudar bem a sua biodiversidade, para beneficiar a sua orla marítima, nomeadamente recuperar o “tanquin” e o trampolim da Matiota, para financiar um catálogo das espécies marinhas da Laginha e uma microempresa de mergulho ecológico, ou então em muitas outras obras de que carece a cidade tal como calcetamento e iluminação públicas.

2.Não foi feita nenhuma avaliação de impacto ambiental adequada como exigem as leis do nosso país e o parecer de técnicos do INDP, não divulgado, foi contra.

3. Aniquilará, por soterramento, parte significativa da comunidade coralina e aumentará o stress da restante, reduzindo a biodiversidade e a vida marinha no local, com consequentes impactos negativos na pesca convencional e submarina, e no mergulho (ecoturismo e científico); Destruir uma comunidade coralina é como destruir a vegetação numa floresta tropical, aniquilando/afugentando a vida do local, com a agravante que os corais crescem muito devagar (para siderastreia radians, o coral dominante na área em causa, taxas de crescimento típicas são da ordem dos milímetros por ano). Note-se ainda que preservando e protegendo a praia da Laginha será mais um factor para atrair os cruzeiros ao Porto Grande e até poderemos imaginar um slogan dizendo “ …a poucas dezenas de metros do Porto, o visitante pode desfrutar das águas cristalinas da praia da Laginha, onde com apenas uma máscara de mergulho e um tubo pode-se visualizar mais de 80 espécies de peixes, incluindo 11 dos cerca de 20 peixes costeiros endémicos de Cabo Verde, e ainda três tartarugas verdes, espécie ameaçada de extinção, residentes na praia, corais, esponjas e outras espécies marinhas”.

4. Afectará as ondas, na parte norte da Laginha, “verdes, cristalinas e perfeitas” segundo Rita Pires, campeã portuguesa de bodyboard (www.aondadarita/2013/cabo-verde-episodio-4), e “provavelmente as mais perfeitas de S.Vicente”, segundo Flávio Fortes, conhecido bodyboarder da ilha. Uma vez que não houve estudos adequados deve-se considerar a hipótese de deixar de haver ondas adequadas para a prática do bodyboard e surf, com consequentes impactos na prática desses desportos, já que é a única praia da cidade com condições para a prática do surf e bodyboard, obrigando os nossos “wave riders” a dispender mais tempo e ficar sujeitos a ter de pedir boleia ou gastar dinheiro em transporte, para deslocar às praias fora da cidade.

5. Possibilidade de diminuição da profundidade do arrastadouro da Cabnave e soterramento de uma das tomadas de água da Electra, já que o mar poderá movimentar a areia da praia para esses locais. Uma vez que os estudos constantes nos relatórios apresentados, não consideram o aumento do areal, não se pode saber o que poderá acontecer com o areal. Segundo José Fortes Lopes, expert na área, “só uma análise ponderada e com base nas cartas de correntes, permitirá saber em que sentido será o transporte induzido, além de que depende do ciclo da maré. E este é um aspecto que pode complicar o problema pois as correntes de maré alternam duas vezes durante o dia, impactando duplamente, nos dois sentidos, uma área.”

6. Possibilidade de diminuição da qualidade da água potável produzida pela Electra que abastece toda a ilha de S.Vicente já que o índice de agitação do mar diminuíra nos pontos, ou na proximidade, das tomadas de água da Electra, uma no mar, a uns 2-3 metros de profundidade (que alimenta o sistema de destilação que é utilizado quando o sistema de osmose inversa não consegue responder à demanda), e outra, um furo de 25 metros de profundidade, localizada a cerca de 3 metros do mar (que alimenta o sistema de osmose inversa),

7. Aumento da incidência de doenças transmitidas através da areia, que devido ao aumento da sua extensão, já não poderá ser lavada pelo mar, agravadas pelo facto da areia ser proveniente do cais de pesca do Porto Grande, local sujeito a poluentes de vária ordem;

8. Diminuição da segurança dos banhistas, pois com o aumento da distância do areal o mar ficará mais distante do passeio pedonal, sujeitando os banhistas nocturnos (comuns no verão a qualquer hora da noite) a assaltos, etc;

9. Possibilidade de aumento do declive na região de entrada na água e consequente diminuição de segurança para banhistas que não saibam nadar ou que tenham dificuldades motoras, nomeadamente crianças, idosos, portadores de deficiência física, doentes, etc;

10. Interdição aos banhistas de tomarem banho na praia durante parte das obras;

11. Ruídos e poluentes durante as obras.

Somos contra o “alargamento do areal da Praia e construção do esporão a Norte da Laginha” 

































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