Chega de Negligência e Violência Obstétrica no Parto #JustiçaparaMelissa

"Entrei no hospital bem, com a minha filha no ventre bem, pronta para nascer, e sai do hospital sem a minha filha nos braços, com a saúde debilitada sem o útero e traumatizada. Sobrevivi para fazer Justiça pela minha filha, ela existiu foi Amada e Esperada. Estamos todos da família traumatizados. Era para minha filha estar aqui hoje saudável perfeita e tiraram a vida dela".

Melissa foi uma criança muito esperada por seus pais e faleceu no parto em virtude de negligência médica e violência obstétrica em 26/08/2020.

Sua mãe, Raquel Afonso, chegou ao Hospital com 41 semanas de gestação e 3 cm de dilatação para dar à luz e ficou em espera de atendimento durante 3 horas. O pai da criança não pode entrar na maior parte do tempo, sendo infringido o direito ao acompanhante, resguardado pela LEI Nº 11.108, DE 7 DE ABRIL DE 2005.

Quando foi atendida, Raquel foi conduzida para a indução do parto onde foi submetida ao uso rotineiro e sem indicação de ocitocina sintética, aplicada a cada 30 minutos, considerada como uma das formas de violência obstétrica que causa muita dor e que está relacionada à ruptura uterina e dificuldade respiratória da criança.

Com muitas dores, sofreu comentários desrespeitosos da equipe hospitalar como: "Assim não vai dar" , "Essa vai dar trabalho", "Se nascer e cair no chão, melhor", "se você não colaborar vai ser pior para você ", "chega de folia o bebê já vai nascer ".

Não foram oferecidas quaisquer informações e o bebê não foi auscultado com frequência como recomenda a Organização Mundial de Saúde.

Deixada à míngua e sem assistência por horas, Raquel sofreu ruptura uterina quando sua bolsa estourou, chegando a avisar aos prantos a equipe que havia algo de muito errado acontecendo, mas foi cruelmente ignorada. A ruptura só foi identificada no momento da cirurgia cesariana muito tempo depois, tempo este que poderia ter salvo sua filha.

Ao sentir muita dor, Raquel ficou por 3 horas implorando ajuda aos médicos que perceberam que Melissa estava perdendo os sinais vitais e resolveram tardiamente efetuar a cirurgia cesariana de urgência. Infelizmente, Melissa já havia morrido.

A causa do óbito foi anóxia intrauterina ou seja, falta de oxigenação do bebê que pode ser atribuída a aplicação sem indicação, rotineira e não monitorada de ocitocina sintética que desencadeou a ruptura uterina que não foi realizada a tempo de salvar a criança.

Raquel, além de perder a filha esperada, também perdeu seu útero e apenas por milagre está viva em razão de tamanha perda de sangue, ainda ficou 2hs em cirurgia em hemorragia.

Como se não bastasse, as violências obstétricas não foram poucas. Apagaram com corretivo o nome de identificação de Melissa, que estava acima do leito, esperando o momento de seu nascimento.

O marido ouviu dos médicos o comentário: "Menos mal né, o sofrimento não vai ser tanto.", como se o fato de ter perdido o útero e possuir outros filhos diminuísse a dor de Raquel com o falecimento de Melissa.

A insistência da equipe para que Raquel olhasse sua filha sem vida foi brutal pois, não aguardaram a mãe compreender o que havia acontecido com sua filha e seu útero após acordar da cirurgia. O marido relatou para a médica que estava na sala com Melissa, que Raquel não queria ver a filha sem vida e escutou várias frases do tipo: " Como assim ela não quer ver? Ela tem que ver, ela gerou essa criança como ela não quer ver?".

Abalada, Raquel sequer conseguiu ir ao enterro de sua filha.

Como se não bastasse, apesar de em nenhum momento perguntaram se Raquel possuía alguma alergia, consta em vários documentos que a paciente não possuía restrição, e serviram carne suína em uma das refeições, alimento o qual Raquel é alérgica.

O prontuário é confuso e diverge em vários aspectos.

Assim, Raquel não quer que mais mulheres sofram com relatos parecidos de violência obstétrica e percebeu uma grande dificuldade na responsabilização da equipe hospitalar que atuou em seu parto.

Violência obstétrica acontece em uma a cada quatro mulheres, é uma violação aos direitos sexuais e reprodutivos da mulher bem como ao direito à saúde e pode fazer várias vítimas como Melissa, crianças que tiveram suas vidas roubadas e famílias desmanchadas.

Ademais, se Melissa tivesse sobrevivido, provavelmente iria ficar com muitas sequelas, como relatou a própria médica, em razão da demora da cirurgia.

Esse tipo de negligências no momento do parto vitimizam muitas crianças saudáveis que podem ficar com sequelas graves por causa dessas condutas inadmissíveis.

Vamos ajudar essa mãe, que possui como engajamento máximo de vida que a impunidade à Melissa não ocorra, assinando essa petição para ciência dos órgãos públicos e responsabilização dos envolvidos.

#JustiçaParaMelissa

A seguir, relato de parto completo de Raquel:

Tenho 38 anos estava grávida e fiz o pré natal pelo SUS ... com muita dificuldade devido a Pandemia o atendimento as marcações de consultas foram bem conturbadas...Estava sendo Acompanhada na Policlinica por um Médico de Alto Risco devido a minha 1°gravidez onde tive pressão alta e Pré Eclampsia. Minha 1° gravidez em 1999 eu tive Pré Eclampsia devido a pré alta onde o parto foi Cesária. Tive a 2° gravidez em 2010 onde ocorreu tudo normal e o Parto foi Normal Natural sem nenhuma indução. A Bolsa estourou em casa as 3h da manhã..cheguei as 6h mais ou menos na maternidade me deixaram em um leito onde fiquei em uma bola de pilates fazendo massagem ...tomei banhos e as 9h45 da manhã nasceu normal...foi rápido e sem complicações nem intervenções.

Essa minha gravidez ocorreu tudo normal os exames tudo normal a bebê tudo bem crescimento normal ...tive dores e cólicas na gravidez devido ao peso e as alterações normais do corpo. Pelos meus filhos terem nascidos pequenos o primeiro de Cesária com 3.170k e o segundo de parto normal com 2.500k o médico estava acompanhando os exames o crescimento da bebê bem certinho pq ele disse que os meus outros bebês nasceram saudáveis mais pequenos. Essa minha terceira criança tinha 3.660k era forte saudável perfeita.

Advogados especializados em direito da família
Eu estava sendo consultada pelo médico de alto risco na Policlinica devida a primeira gestação mas estava tudo bem , no Posto de Saúde estava difícil o atendimento.

No Sábado dia 22.8.20 eu fui até a Maternidade para ver se tinha dilatação, se estava tudo bem com a bebê. Eu estava com 1cm de dilatação e tudo bem com a bebê...conversei com a Médica ela me disse que se eu começasse com as contrações ou estourasse a bolsa ou algum sintoma diferente era pra mim voltar para a Maternidade, caso ñ sentisse nada era pra voltar na quarta-feira quando eu estarei completando 41 semanas de gestação para a indução do parto. Essa médica me explicou que a indução seria por sonda devido eu ja ter feito uma Cesária, ela explicou que a medicação na veia e os remédios que introduz na vagina para a indução é feito só em mulheres que ñ tem Cesariana por conta dos riscos. Que no meu caso seria feito com Sonda e que eu poderia ficar até 36hs para a evolução do parto sendo tudo monitorado Caso ñ tivesse dilatação iria ser Parto Cesária. (Isso na Maternidadeonde tive meu segundo filho em 2010).

Estava de 41 semanas no dia 26 de agosto era quarta-feira onde fui até o Hospital e Maternidade onde queria ver como funcionava o tratamento lá (tinha sido atendida outras vezes ) mas estava meio bagunçado o atendimento e não me mostraram nem conversaram sobre a maternidade. E nesse dia (26.8) parecia estar pior .

Naquele dia 26 de agosto eu tinha médico de alto risco na Policlinica marcado as 16h o Medico que estava acompanhado a minha gestação...eu estava esperando para passar com ele a 1 mês, a última vez que me consultei com ele eu estava de 37 semanas. Eu tinha que ser acompanhada toda a semana no final da gravidez, que é o procedimento correto ,mas a regulação da Prefeitura não estava fazendo seu papel direito sempre colocando a culpa na Pandemia e Prioridades...fiz várias reclamações por conta disso pois acompanhar uma Gestação é uma Prioridade...tive muitos problemas com isso, briguei muito para ter o acompanhamento certinho, consultas e exames...Cheguei fazer Várias Ouvidorias.

Fui consultada por 2x no posto com uma médica por ñ estar conseguindo o acompanhamento certo com o outro médico nas últimas semanas do final da gestação. Passei com a Médica do posto e estava tudo bem comigo e com a bebê. A data prevista do Parto era 19.8.2020 como ainda não tinha sinais de trabalho de parto estavam aguardando mais uns dias para ver se eu entraria em trabalho de parto normal ou se precisaria fazer a indução ou Cesária. Como estava completando 41 semanas e a maternidade ja tinha pedido para voltar completando as 41 semanas mesmo se estivesse tudo bem,sem sinais do trabalho de parto, achei melhor ir direto na maternidade para fazerem os exames e analisar o que poderia ser feito...pra mim a Maternidade iria dar toda a atenção suporte segurança naquele momento, Pois iriam fazer o ultrassom, escutar o coração, verificar se já tinha dilatação e no posto de saúde era apenas conversa. Eu Estava naquele dia (26.8) apenas com os desconfortos do peso da barriga... Eu estava bem e a bebê também ... Estava nervosa por conta do que iria acontecer no parto, se iria ser normal ou Cesária. Estava chegando a hora e estava apreensiva.

Cheguei as 11h da manhã no hospital não deixaram eu subir com acompanhante...eu estava nervosa com medo e tive que subir sozinha, fui atendida às 14hs o médico me examinou disse que ja tinha 3 dedos de dilatação....fez o exame cardio do bb (estava tudo bem) ... e conversou com o outro médico sobre o que iria ser feito (tinha muita gente na área Obstétrica estava uma bagunça o médico mesmo falou ) eu com medo angustiada pedi pra ir embora, eu queria ir para a outra Maternidade... o médico residente falou que ia perguntar para o outro médico se ele poderia me liberar pra voltar no outro dia cedo pq estaria mais calmo o Hospital, mas o outro médico disse que eu ia ficar lá mesmo... Esse médico que disse que eu ficaria lá Começou o procedimento de internação umas 15h ...me deram uns papéis para assinar....e fizeram apenas uns exames de HIV Sífilis que ele disse que ñ tinha escrito na caderneta do pré natal mas eu tinha tds os exames feitos e comigo...perguntei se ele queria ver os exames, os ultrassom que eu estava com tudo em mãos mas ele disse que ñ...eu perguntei sobre fazer o ultrassom e ele disse que ñ precisava fazer...ficou fazendo várias perguntas com tom de brincadeira rindo, perguntas sobre onde eu morava nada a ver com a situação do parto ...mas tudo na correria ñ prestava muita atenção na conversa quando eu perguntava alguma coisa ...as enfermeiras e o outro médico residente entrava na sala toda hora pra perguntar o que fazer sobre as outras pacientes ... estava tudo confuso....eu estava nervosa perguntava várias vezes

com calma sobre o que iria ser feito para entender pq eu estava com medo (eu tenho medo de injeção de procedimentos cirúrgicos) o médico falava nem olhava na minha cara...Eu perguntei como seria e ele disse que iria induzir o parto ...(fiquei apreensiva pq nunca passei por isso (indução)...estava com medo de machucar, eu não sabia o que esperar, o que ia acontecer) então ele tentou fazer a indução por sonda mas como ja tinha 3 dedos de dilatação a sonda ñ fixou...e ele disse que iria ser por medicamentos na veia...por ter estimulado o útero tentando colocar a sonda eu comecei a sentir umas colicas e eu perguntei se poderia ser natural sem o soro pois meu outro filho o parto foi normal natural e rápido e ele disse que ñ que eu teria

que ficar com o medicamento até a bebê nascer ... Eu ñ lembrei sobre o que a outra médica da outra Maternidade falou ... eu estava muito nervosa ... meu marido a horas esperando fora do hospital...eu com medo sozinha me comunicava com ele sobre o que estava acontecendo pelo telefone...estava apreensiva. Perguntei várias vezes para o médico se poderia ficar sem o soro pq já estava sentindo umas contrações mas ele insistiu em dizer que não .(eu ñ queria o soro tentei de todo jeito dizer que ñ queria se poderia esperar tentar de outro jeito) Eu relatei que tinha uma Cesária e um parto normal natural sem procedimentos...e novamente eu pedi pra ñ

colocar o soro e perguntei se ñ tinha como fazer algo para ñ colocar, mas ele ñ deu muito ouvido disse que não e fiquei esperando no corredor para me levar para o leito. Eu fui levada para um leito as 16h30 onde fiquei sozinha sem nenhuma enfermeira...ñ tentaram nada nenhum procedimento natural para a dilatação...banhos ...massagem nada..achei estranho..fiquei mais de 1hora sozinha sentada ....do meu lado ficou uma Haitiana (chegou junto comigo e foi internada junto comigo)ela estava com a sonda...ela tentava conversar comigo, ela não queria ficar sozinha tbm ela ñ conseguia se comunicar direito e ñ deixaram o marido dela

que era o tradutor ficar junto...Ficamos nós duas no leito aguardando ...umas 18h vieram colocar o soro em mim a enfermeira ñ achava a veia, 3 enfermeiras vieram me furar o braço todo umas 5,6x até conseguir (eu com medo ainda pedi muito pra ficar sem o soro e ñ deixaram elas seguravam forte o meu braço eu quase chorei )...a Haitiana viu elas colocando o soro e depois ainda perguntou o pq colocaram o soro em mim, pq ela estava com a sonda...e tentamos uma comunicação nos duas pois estavamos sozinhas ali... começou umas leves contrações e um leve sangramento um sangue bem vivo..Eu pedi a bola de Pilates para sentar para ajudar na dilatação...e a moça Haitiana que me ajudou a ir no banheiro com o soro pq as enfermeiras estava numa salinha e ñ vinham ver o que estava acontecendo Só se chamasse elas... Deram a janta e era carne de porco (eu alérgica a carne de porco) mas ñ perguntaram nada só perguntaram se eu era alérgica a algum medicamento...eu imaginei ser frango e como estava fraca sem comer sem água (pq ñ me ofereceram nada) acabei comendo 2 pedaços...Ainda conversei com a Haitiana sobre a comida. Chamei a Enfermeira e disse a ela que eu era alérgica

e ela "debochou" comentando com outras enfermeiras que a janta era porco e eu tinha comido e era alérgica... O aparelho que ficava monitorado o medicamento na veia ficava apitando toda hora a máquina estava com problemas e as enfermeiras só vinham arrumar pareciam irritadas e a cada hora era aumentada a dosagem para aumentar as contrações...eu perguntava pra quê, o que estavam fazendo e Só me dizia que era pra aumentar a dilatação e as contrações ...isso ja estava me apavorando... as contrações e as dores estavam rápidas e começou muito forte já. Eu ja estava com contrações fortes e estava com um sangramento bem vivo. Estavam trocando o plantão numa salinha do lado, ja era quase 20h Veio uma médica e perguntou que horas tinham feito o exame de toque ...eu disse que ninguém tinha feito e ela ainda disse "era pra ter

feito já. A médica fez o exame de toque e ja estava 5 dedos já ...fez o exame para escutar o coração da bb que estava tudo bem...as dores estavam fortes e pedi pra chamar meu marido pois disseram que ele só iria entrar quando tivesse dilatado 5cm e estivesse em trabalho de parto... Passou alguns minutos e me pediram pra entrar no banho e ficar na bola em baixo da água por no mínimo 40 min para ajudar na dilatação e diminuir a dor...A enfermeira foi bem grossa disse "fica ai por bastante tempo"... eu fui mas creio que fiquei menos de 20 min eu estava com muita dor para ficar sentada...sai do chuveiro e fui para a sala de parto onde meu marido entrou para me acompanhar...mas a Enfermeira pediu para ele sair e dar entrada nos

papéis da internação (achei estranho pq eu já tinha feito)...ele e a enfermeira saiu me deixando sozinha na sala... ja era 21h e minutos depois estourou a minha bolsa mas eu senti uma "bola" do lado esquerdo da minha barriga "estourando" parecia uma bexiga eu senti mexer algo bem forte no lado esquerdo da minha barriga (provavelmente era o meu útero que tinha rompido) a dor era intensa fora do normal eu gritei muito de dor ...não era a dor normal de parto, as contrações ñ era ... a Enfermeira entrou na sala com uma cara me dizendo que não era pra mim ficar só deitada se eu ñ colaborasse ia demorar mais...eu nervosa disse que tinha acontecido algo que minha bolsa tinha estourado eu estava apavorada com a dor e a Enfermeira me disse "que bom", me pediu pra sentar em um banco no chão com as pernas abertas...eu tentei mas a dor era intensa ...eu ainda falei pra ela "se eu sentar a bebê pode cair no chão" pq tinha um pano esticado no chão e ela disse "se nascer no chão melhor" e eu voltei a deitar pois eu não estava suportando a dor...a enfermeira com as mãos na cintura me dizia "assim ñ vai dar" "vc escolhe, vc vai sofrer mais", ela colocou um arco na cama pra mim segurar e fazer força...e saiu da sala "brava" e falava algo para os outros (eu ñ conseguia escutar claramente pois tinha algo ligado ñ sei se era tv) mas eu lembro dela falar "essa vai dar trabalho". Meu marido voltou, eu falei pra ele que algo estava errado que tinha estourado alguma coisa e ele apavorado junto comigo só me pedia calma e dizia estamos no hospital calma vai dar tudo certo....junto com a dor intensa vinha as contrações que eram muito rápidas eu fazia muita força para a bebê nascer logo pq eu estava com medo...com as dores as contrações e a força que eu fazia a minha barriga se deformava...era assustador, era muita dor eu gritava muito implorando por ajuda...eu estava com medo da bebê não estar respirando por causa da bolsa ter estourado e pela dor que eu não sabia o que estava acontecendo...eu sentia que algo não estava bem... meu marido ficou comigo me pedia calma desesperado pq nunca passou por essa situação... eu implorando por ajuda mas nada de ninguém vim falar algo, ajudar, examinar nada o tempo todo ficamos sozinhos...o médico veio examinar ja era quase umas 22h eu implorei por ajuda ele ainda foi bem grosso disse que se eu ñ ficasse quieta ele ñ ia conseguir examinar....fez exame de toque ja esta 8 dedos de dilatação e conta meu marido que ele foi bruto no exame de toque fazia força com a mão lá dentro de mim ele enfiou a mão inteira até o pulso e saiu muito sangue vivo na luva dele...nessa hora Eu avisei que a bolsa tinha estourado e que estava com muita dor no lado esquerdo eu disse que senti algo estourado e ele ñ deu muita importância...disse "ah ja estourou a bolsa" ....ele ficou por alguns minutos tentando ouvir os batimentos da bebê e estava com muita dificuldade, ele ñ conseguiu com o aparelho manual e teve que trazer uma máquina, ai conseguiu escutar bem baixo com muita dificuldade...e escutou do outro lado que eles estavam escutando anteriormente na outra sala...Estava ele e outra médica, com a dificuldade ao ouvir os batimentos ja sentimos uma apreensão e um olhar nervoso do médico...eu perguntava se estava tudo bem mas ninguém respondia...ele saiu e ficamos novamente sozinhos desesperados eu e meu marido sem saber o que estava acontecendo e com medo...eu fazia força e a dor era intensa eu estava com medo pq essa dor não era normal ....eu queria fazer força pra ela sair logo estava com medo de acontecer algo com ela eu ñ sabia o que estava acontecendo...eu só queria que ela nascesse logo pra ficar tudo bem ver que ela estava bem....mas nada adiantou....a bebê ñ estava encaixada ela não ia nascer normal ela estava muito em cima e com o rompimento da bolsa ela ñ mexia mais (o médico viu que ela ñ estava

encaixada)...uns 40 min depois a enfermeira voltou já com uma cara de irritada pediu pra mim me debruçar em uma almofada eu até tentei ficar na posição mas o fio do soro atrapalhava eu ñ conseguia respirar direito naquela posição debruçada, a barriga ñ ficava confortável e a dor era intensa...a enfermeira ñ estava preocupada se estava ou ñ tudo bem, ela ñ me auxiliava na respiração na força nas dores nada...eu ñ sabia o que fazer...voltei a deitar e fiquei pior comecei a ter sensação de desmaio já não conseguia fazer força mais, não conseguia ficar com os olhos abertos o tempo todo. Veio uma médica ouvir os batimentos cardíacos da bebê e ela

teve muita dificuldade a Enfermeira pegou da mão da médica o aparelho manual e tentou mas não conseguiu e tentaram ouvir pela máquina e tbm ñ conseguiram..elas ñ falavam nada com a gente...ficamos apreensivos...alguns minutos depois meu marido saiu da sala para atender o telefone (era minha mãe e meus filhos preocupados)ele encontrou o médico no corredor e ele perguntou a minha situação e o médico disse que eu iria para a cirurgia em 15 min...meu marido voltou me comunicou que eu iria pra Cesária e eu falei "rápido então, eu ñ vou aguentar" eu sentia que ñ estava tudo bem eu já estava muito mal estava fraca pálida eu ñ estava mais fazendo força as contrações ñ vinham mais era só a dor que ñ cessava (eu já estava em hemorragia) eu ñ tinha mais reação eu ñ conseguia reagir... continuamos sozinhos por mais um tempo....veio outra médica tentar ouvir o coração da bebê e tbm com muita dificuldades meu marido ñ sabe dizer se era o coração pq estava muito baixinho o som...eu nessa hora estava lúcida mas ñ estava bem estava de olhos fechados, estava quase desmaiando meu marido mesmo relata que parecia que eu iria desmaiar por várias vezes, a médica mediu a minha pressão onde eu falei que tinha saido o soro ...ela disse que ñ tinha problemas...meu marido ainda perguntou se ela ñ ia registrar e ela disse que ñ precisava. Eu continuei implorando por ajuda, do momento que fui pra sala era 21hs (quando estourou a bolsa) eles vieram 3x só escutar o coração da bebê ,a minha pressão mediram 1x quando já estava bem ruim...ficamos das 21hs à 00h praticamente sem o atendimento correto e eu entrei em hemorragia pq quando estourou a bolsa rompeu o meu útero e a bebê perdendo os sinais vitais dentro de mim pela demora no atendimento. Só Eu estava em trabalho de parto aquela hora e a Atenção deveria ter sido voltada a mim naquele momento. Meu marido relata que na sala do lado ele escutava muita conversa e ele escutou alguns deboches sobre os meus gritos pedindo ajuda. Até resolverem me levar para a cirurgia Já era 00h a Enfermeira que estava irritada a mesma que fez comentários e queria que eu fizesse posições, entrou e falou "pronto chega de folia o bb ja vai nascer ",meu marido falou pra pegar uma cadeira de rodas porque eu não estava bem ...mas a Enfermeira falou "é melhor ela ir caminhando vai dilatando, ela consegue andar sim a gente ajuda a levar ela" ... e vieram me ajudar pois eu ñ conseguia ficar em pé fui debruçada na enfermeira pois estava fraca ñ conseguia nem falar..nessa hora meu marido ficou aguardando do lado de fora ... Na sala da cirurgia eu sentei e os médicos que estavam lá falou pra enfermeira "ela não está bem" "como ela ficou ruim assim" "des de que horas ela ficou desse jeito" Enfermeira falou "ela estava bem ficou ruim só se foi vindo pra cá agora" ...os médicos disseram a enfermeira que a minha pressão estava alta ocilando, algo assim, eles me deram a anestesia eu nem senti, deitei com muita dificuldade e quando mexeram na minha barriga eu falei que iria vomitar e foi toda a janta (a carne de porco sou alérgica) ... nessa hora meu marido entrou e eu estava vomitando,ele sentiu preocupação de tds na sala de cirurgia...vi meu marido do meu lado e ele falava calma vai dar tudo certo...eu sentia eles balançar a barriga... (meu marido conta q ele nunca tinha participado de uma cirurgia ele perguntou se podia filmar e disseram que ele só poderia tirar foto)...Eu vomitei e logo após a anestesia fazer efeito eu comecei a sentir uma dor muita forte nos ombros e na nuca eu falei pro médico do meu lado, era uma dor muito incômoda certeza que essa dor era de tanto que fiz força segurando aquele Arco na cama. Eu nunca imaginei sentir tantas dores como aquele dia eu senti. Tinha duas médicas e estavam com dificuldades para fazer alguma coisa, meu marido viu tds apreensivos e nervosos e derrepente deu uma correria de que algo estava acontecendo de errado, nesse momento o primeiro médico que escutou a bebê na sala de parto entrou correndo se arrumando para ajudar, a medica relatou que aconteceu alguma coisa e nesse momento puxaram a bb com muita dificuldade de dentro da minha barriga...o médico passou a bb para outra médica e mostraram para p meu marido e ja sairam correndo com ela ...eu escutei a médica gritar "Mel, Melissa, Melissa"...meu marido apavorado percebeu que a bebê ñ reagia e estava roxinha e todos olharam para ele com preocupação e eu perguntando se ela estava bem pro meu marido e ele dizendo que era pra me acalmar que estavam cuidando dela.....eu estava tentando escutar o choro dela ...mas eu sabia que alguma coisa tinha acontecido... Eu estava desesperada e lúcida o tempo todo apesar de tantas dores, eu estava como se fosse "desmaiar" as vezes ñ conseguia ficar "acordada" com os olhos abertos estava fraca mas lúcida sabia de tudo que estava acontecendo. Meu marido relata que na sala de cirurga alguns minutos depois veio uma médica chamar ele para ir ver a bb...chegando lá na UTI Neo Natal onde a bebê estava ele chegou com toda expectativa de estar tudo bem mas ele se deparou com as médicas chorando e as enfermeiras chorando ele perguntou o que aconteceu e a médica relatou que ela ja nasceu sem vida, ela disse que tentaram de tudo para reanimar mas ñ conseguiu, a médica relatou que se ela chegasse a viver poderia ter sequelas por causa da complicação do que ocorreu e relatou que ela estava com hematomas na região abdominal pela demora do parto e infelizmente ela fez de tudo... e meu marido relatou a médica que estava tudo errado pq deixaram muito tempo em sofrimento e que a Cesária era pra ter feito antes, assim que chegou no hospital ou ter socorrido quando estourou a bolsa...a médica olhou e fez uma cara de concordância...Ele viu que estavam tirando alguma coisa do cordão umbilical da bebê ele ñ sabe dizer o que era , ele perguntou o que estavam fazendo e a médica relatou que estavam tirando a medula e era procedimento normal. Ele voltou para me acompanhar na cirurgia, o médico falou para ele ñ comentar sobre a bebê pq poderia piorar o meu quadro, ele se deparou comigo meio acordada ainda e a primeira coisa que eu perguntei quando eu vi ele foi como estava a bebê e ele relatou a mim que a bebê não tinha resistido que ela tinha ido pro céu que virou um anjinho e eu entrei em choque eu falei "Ñ vai ter mais bebê" (eu lembro de tudo ) e ele disse que eu fiquei meio aérea com a notícia e o médico viu e falou para o meu marido que iria dar remédio para mim dormir e me acalmar. Eu ñ estava acreditando na notícia apesar de sentir que algo tinha acontecido por conta de tudo...meu marido do meu lado desconsolado eu ñ sabia o que dizer pra ele tbm...eu senti que estava apagando eu falei pro meu marido que ia apagar e apaguei total...diz o meu marido que foi por causa dos remédios para me acalmar que apaguei de vez. Alguns minutos depois o médico relatou para ele que o meu útero tinha rompido e que iam tentar recuperar o útero e reconstruindo, mas eu estava com hemorragia e eles iam tentar conter o sangramento, ele continuou alguns minutos na sala comigo e voltou para se despedir da nossa filha fazer uma oração ficar um pouco com ela...depois de um tempo chamaram ele na sala de cirurgia e o médico relatou que pela complicação do útero eles não conseguiram recuperar o órgão por causa da hemorragia que não parou, ele relatou que eu corria risco de vida e o melhor seria a retirada do meu útero e meu marido respondeu que podia tirar que já que eles ñ salvaram a bebê que me salvasse. Meu marido saiu da sala de cirurgia e ficou sentado em um banco ao lado da sala onde estava a nossa bebê.

Depois de um tempo veio os 3 medicos que fizeram a cirurgia relatar que a cirurgia tinha acabado mas que eu ainda corria riscos que o meu estado era grave e delicado por conta da hemorragia, que poderia ter que fazer transfusão de sangue dependia da minha recuperação. Perguntaram para o meu marido se era meu primeiro filho, meu marido disse que eu já tinha 2 filhos grandes e falaram "ah que bom então menos mal que ñ é o primeiro" Disseram os mesmos médicos que fizeram a minha cirurgia. Meu Marido ficou perplexo com a frieza deles...como se fosse bom por eu já ter filhos eu não iria sofrer tanto...nada vai substituir a minha perda a nossa perda. Era uma Menina era linda perfeita e foi muito esperada por todos na família. Tenho filhos homens e essa menina era o nosso Sonho. E eles tiraram de nós friamente. Quando eu acordei na outra sala meu marido estava do meu lado eu estava confusa dopada ele me disse que ficou com medo de me perder tbm, que por muito pouco eu tbm quase morri, que eles retiraram o meu útero que tinha rompido e eu sangrei muito, que a nossa filha não tinha resistido por que demorou muito, foi um choque maior ainda saber disso, eu nem acreditei quando acordei e vi que tudo aquilo era verdade mesmo, e ainda saber que eu quase não Sobrevivi. Eu ñ conseguia reagir. Ele me disse assim que eu acordei que a bebê estava na sala ao lado se eu queria ver, e eu só balançava a cabeça dizendo que não...eu não conseguia chorar eu não estava acreditando...eu falei pro meu marido "ela esta morta eu ñ quero ver" eu estava com medo, medo de ver ela sem reação roxa, gelada, medo de mim, da minha recuperação eu não sabia o que fazer. Eu não conseguia me mexer direito estava toda inchada, mãos, olhos, eu estava toda inchada eu fiquei pensando como eu iria ver ela assim sem conseguir pegar ...eu estava com medo eu não sei dizer... A Enfermeira veio me dizer que sentia muito que ela é mãe avó e se lamentando chorosa mas ñ olhava diretamente pra mim, a mesma que na sala de parto fez o que fez comigo, eu ñ tive reação pois estava em choque. A Médica que fez a cirurgia veio me perguntar como eu estava e disse que tiraram o meu útero pelas complicações do parto e a bebê ñ tinha resistido. Mas não me explicou o pq de tudo isso ter ocorrido. Ninguém me explicou direito o que tinha realmente acontecido, só entravam no quarto me olhavam e fazia as coisas no soro e se lamentavam, ninguém veio dizer o pq a minha bebê ñ tinha resistido o que aconteceu comigo... só faziam as perguntas "técnicas " se eu estava com dor, eu só conseguia balançar a cabeça. A médica do Neo Natal chamou meu marido para conversar sobre eu mãe me despedir da bebê ...ela ficou insistindo dizendo que eu iria ter remorso que era importante se despedir...meu marido disse que a médica foi bem estúpida quando ele disse que eu mãe ñ queria ver a bebê sem vida e a Médica falava "como assim ela ñ quer ver, ela tem que ver, ela gerou essa criança como ela ñ quer ver"... ele falou que era melhor eu ñ ver e perguntou para ela qual era os procedimentos sobre o enterro pois ñ sabíamos o que fazer, e a Médica disse que tinha Assistente social e psicologa para auxiliar no assunto. Ele voltou na sala pra ficar comigo e um tempo depois veio a psicóloga e ele chamou primeiro para falar com ela fora do quarto. Ela perguntou como nós estávamos e ele relatou que estávamos muito abalados que eu ñ tinha visto a bebê, a psicóloga explicou que era muito importante eu mãe me despedir pq era natural a despedida pq eu precisava ela aconselhou que era o melhor. Ele disse a psicóloga que achava melhor eu ñ ver ela. E ele voltou para o quarto com a psicóloga. Eu lembro que ela veio fazer várias perguntas...insistia para mim ver a minha filha ...e eu ñ estava entendendo...eu fiquei com medo de tanta insistência...medo de ver ela morta...nunca passei por isso eu estava com medo em choque, meu marido conversou comigo pra mim ver ela...mas eu ñ quis ver ela morta sem reação fiquei com medo ñ sabia o que fazer, eu estava em choque ñ conseguia pensar direito.Eu escolhi ñ ver a minha filha morta,estava com medo de ver,doeu muito essa escolha, fiquei com a curiosidade de saber se ela parecia comigo com os meus filhos, ela era muito esperada amada... eu ali ñ estava entendendo como tudo aconteceu, o pq ela ñ tinha resistido ela estava saudável. A psicóloga querendo conversar e eu ñ conseguia falar assimilar tudo. A psicologia chamou meu marido fora do quarto disse que a bebê ia ficar lá do lado e que era pra me convencer a ver ela. E a psicóloga disse que estaria a disposição e saiu. Depois de alguns minutos veio a Assistente social explicar os procedimentos sobre o sepultamento. Ela relatou que a bebê poderia ficar até 30 dias no hospital. Depois ela disse ao meu marido fora do quarto que eu teria tempo para me despedir até eu assimilar tudo, a bebê iria ficar no lugar refrigerado. A assistente disse que iria vim no outro dia cedo conversar melhor e a Médica disse que eu ñ iria ficar ali que eu iria ser transferida para a Ala Obstetríca. Achei muito insensível já virem conversar sobre o sepultamento. Não tive tempo de entender. Ainda nesse quarto me levaram pra tomar banho antes do café da manhã achei estranho porque não fazia muitas horas que tinha feito a cirurgia e ocorrido tudo aquilo, começou um sangramento pela cicatriz da cirurgia e se apavoraram pq ficou um rastro de sangue onde eu passei, fizeram um novo curativo e algumas horas depois fui para a ala obstétrica.

Depois de tudo que aconteceu meu marido continuou comigo até eu ter alta...ninguém falou nada nem perguntou sobre ele estar comigo... ele dormiu na cadeira ficou o tempo todo do meu lado, mais eu ñ conseguia conversar com ele pq estava em choque estava tentando entender o que fizeram...eu queria dormir esquecer tudo eu estava "morta" ali. No outro dia quando a Assistente social veio conversar com meu marido ele perguntou sobre o sepultamento novamente e ela explicou e ajudou a agilizar no Cras as papeladas todas . Ele relatou para a Assistente social que foi um erro médico e que ele queria saber o que fazer quais documentação do hospital pedir pq ele disse que futuramente iria fazer algo, e ela disse que estávamos no nosso direito e nos auxiliou procurar a Defensoria pública. Disse que só eu teria o direito de pegar o prontuário depois da alta, mas ele ñ comentou comigo no hospital com medo de eu ficar mais psicologicamente abalada ou acontecer alguma coisa comigo. Meu marido relata que conversou com a psicóloga tbm sobre o erro médico e que ele estava querendo procurar nossos direitos e pegar o prontuário e ela relatou que estávamos certos e que teríamos que ver com a direção do hospital sobre o prontuário. A Médica ouviu ele conversar isso com a psicóloga. Provavelmente por conta do meu marido ter relatado isso...o hospital segurou o prontuário e modificou alguns procedimentos já cientes do erro deles.

Meu marido recebeu uma autorização da assistente social para fazer refeições no hospital. E em uma saída dessa ele encontrou o casal de Haitianos no corredor caminhando e a moça perguntou de mim pois reconheceu ele...e ele contou ao casal o que aconteceu e eles ficaram abalados ainda perguntaram como tudo tinha acontecido se eu e a bebê estávamos bem, o marido dela comentou que o atendimento deles foi péssimo por causa da comunicação da esposa com os médicos pois ela ñ fala perfeitamente e o marido que traduzia ñ deixaram ele ficar acompanhando junto com ela para ajudar.

Foi muito difícil a minha recuperação, eu dei Graças à Deus que meu marido ficou comigo mesmo vendo ele sem comer direito, dormindo sentado na cadeira, sem tomar banho,além do psicológico meu e dele abalados por ter passado por tudo ficamos traumatizados, as horas dentro do hospital ñ passava...eu ñ conseguia conversar estava muito chocada com tudo e saber que eu Sobrevivi por muito pouco que foi bem grave, foi bem difícil pra mim. Pq eu entrei no hospital bem ...minha filha estava bem perfeita pronta pra nascer, e me deparar com tudo o que aconteceu...eu sabia que o que aconteceu ñ foi normal que foi erro médico foi negligência e a Violência Obstétrica que sofri eu estava ciente de tudo ali...mas eu ñ conseguia reagir ñ conseguia tomar nenhuma atitude traumatizada em choque...e eu não conseguia pedir pro meu marido tomar atitudes ali tbm, eu ficava pensando na bebê sozinha, me doía muito saber que eu ñ ia ter ela comigo, que iria sozinha sem ela pra casa, o que eu iria falar para os meus filhos, o que eu iria fazer com as coisas dela. Estava muito difícil pra mim, o que aconteceu eu até Agora ñ consigo acreditar. Ficava pensando nos meus filhos em casa, no que eu ia falar pro Arthur meu filho de 10 anos que é muito apegado a mim e estava todo feliz esperando a irmãzinha chegar em casa eu estava sem saber o que seria da nossa vida daqui pra frente... Se o meu marido ñ estivesse lá minha recuperação seria pior pq a enfermagem ñ estavam "preocupados" meu marido que me ajudava em tudo...eu ñ conseguia comer pq as minhas mãos estavam inchadas...ir no banheiro sozinha ñ conseguia pq tinha que levar o soro abaixar com cuidado a calcinha, até para sentar era difícil e eu ainda estava com muita dor no corte da cirurgia...meu marido que me ajudava em tudo...ele buscava água tinha que abrir a garrafa pra mim beber água pq minhas mãos estavam inchadas, ele me levou pra caminhar um pouco no corredor pq eu estava com risco de trombose e estava fraca por conta de ter perdido muito sangue fiquei com uma forte anemia. A minha recuperação foi muito difícil mas seria pior se eu tivesse dependido da enfermagem do hospital. Tinha outra mulher no quarto comigo estava operada da mama e trataram ela muito grosseiramente tanto que ela teve que refazer a cirurgia por conta de ter ido no banheiro sozinha, feito coisas sozinha sem ajuda das enfermeiras... ela até pedia ajuda mas as enfermeiras dizia que ela poderia fazer sozinha, mesmo ela dizendo que precisava de ajuda algumas enfermeiras dizia que era pra fazer sozinha pq era bom pra sua recuperação, e que elas não podiam ficar ali com ela. Nem a campainha ela conseguia apertar, ficávamos a noite toda acordando com a moça chamando nós para apertar a campainha e chamar a Enfermeira. Na Ala Obstétrica onde eu estava, o médico que me internou veio me ver pois ficou sabendo...ele me disse que ñ tinha nem palavras para o que aconteceu. Ele disse que iria ver o que tinha acontecido certinho pois ele tinha acabado de chegar e depois voltava pra conversar com a gente mas ñ voltou mais. Cada vez que a Enfermeira vinha encostar em mim para ver a cicatriz o soro eu me tremia toda, meu marido ficou impressionado me perguntava pq eu ficava assim que era pra mim ficar calma, mas eu ñ sei era nervoso medo estava traumatizada com tudo. Tive alta no Sábado dia 29.8 ainda com risco de trombose tive que ficar por 15 dias tomando injeções em casa meu marido que aplicava e tomando o remédio sulfato ferroso por causa da forte anemia e daqui uns meses refazer alguns exames. Antes de sairmos do hospital meu marido falou novamente com a Assistente social sobre o prontuário e ela disse que o horário para pegar era de segunda a sexta. Que como eu estava de alta e era sábado a partir de segunda já estaria liberado o prontuário. Fomos embora e passamos direto no cemitério para agendar o sepultamento, eu ñ queria deixar a bebê no hospital fiquei com medo deles mexerem nela ñ sei estava com medo de deixar ela lá. Agendamos para Segunda dia 31.8 e avisamos a Assistente social do hospital.

O sepultamento da minha filha foi na Segunda dia 31.8. E na terça-feira acordei com os seios inchados mas ñ saia leite fiquei com medo de dar febre empedrar o leite e voltei novamente ao hospital. Fiquei bem nervosa eu falava pro meu marido dentro do hospital "faz 3 dias só que estamos em casa,que saimos daqui " fiquei aguardando sentada em uma cadeira de rodas por mais de 6 horas chegar o remédio para secar o leite. Dei graças a Deus por ñ ter que drenar o leite pois apertando ñ saia...seria muito difícil vazar leite do meu peito e não ter minha filha para amamentar...meus filhos mamaram no peito , o meu filho Arthur de 10 anos mamou por 5 anos no meu peito. Eu estava esperando esse momento de amamentar a minha filha.

Dentro do hospital eu fui pedir o meu Prontuário e disseram que ainda ñ estava "pronto" que estava lá na área Obstétrica ainda com os médicos. Achei estranho pois já fazia 3 dias que tinha tido alta. Vim embora e voltei na terça-feira dia 8.9 pq dia 7.9 era Feriado. Retornei no hospital para retirar meus pontos e o médico que me atendeu foi muito gentil muito paciente eu disse o que tinha acontecido e ele me falou "É vc" ele disse que ficou sabendo do que tinha me acontecido que eu fui assunto no hospital...achei horrível isso ... perguntei se ele sabia o que tinha acontecido e ele disse que romper o útero era raro que acontecia entre mil casos e por algumas intercorrencias...eu ainda disse que aconteceu por erros e o médico me disse que ele ñ sabia me dizer o certo de tudo que aconteceu pois ele tinha que ter acesso as informações e ao prontuário e ele ñ estava no dia. Eu relatei que estava uma bagunça no dia tinha mulher pra ganhar bebê tinha outras para operar a mama que estava tudo desorganizado...e o médico me disse "infelizmente tem dias que é assim lotado mesmo, o Ministério Público proibiu o Hospital a Maternidade de fechar as portas nos dias de lotação e encaminhar para outros locais, por isso que acontecia essas coisas erradas e essa bagunça ali no hospital "Eu sai chorando da sala contando para o meu marido. Estou muito arrependida de ter pisado naquele Hospital. Escutei muitas histórias ruins dos atendimentos deles. Jamais imaginei passar pelo que eu passei ...por terem feito o que fizeram comigo eu perdi minha filha meu útero.

Fomos atrás do prontuário e foi uma complicação teve que dar baixa na administração...eles disseram que iria demorar 30 dias e nós dissemos que não que queriamos na hora que já estavamos esperando a dias e ñ iriamos embora sem a documentação...demorou mas eles forneceram os xerox tudo...meio apagados as anotações,tudo de qualquer jeito...meu marido que desceu junto com a moça que tirou o xerox porque era escada e eu ñ iria conseguir descer por conta da cirurgia, a moça tirou xerox do prontuário na frente do meu marido e estava tudo bagunçado as folhas , algumas anotações estavam de lápis. Eles enrolaram a gente por umas 2 horas até liberarem o prontuário. Antes de sair do hospital fomos até a administração fazer a reclamação ... Ainda estava lembrando de todos os detalhes..mas fiz o relato sobre o que aconteceu e o senhor que estava na sala que nos ouviu disse que ...ele trabalha a mais de 40 anos des de quando inaugurou o Hospital...ele disse que mesmo com todo o tempo trabalhando ali ele se emocionava com as histórias por ele ser pai avô...se lamentou pq viu que nos estamos destruídos ali ..disse que a Maternidade era excelente era referência em parto, que ja tinha recebido vários prêmios e nenhuma outra maternidade tinha esses prémios...disse que iria procurar saber o que aconteceu pois um falecimento de uma criança saudável com uma gravidez normal teria que ser analisado, que ele iria atrás de saber tudo o que aconteceu naquele dia e conversar com todos que estavam trabalhando e que iria registrar a minha reclamação e ia me dar um retorno o mais rápido possível, que eu receberia um email.

Até o momento ninguém entrou em contato comigo para dizer nada. Desta forma, solicito a apuração dos fatos para uma possível responsabilização dos agentes envolvidos.

petitie tekenen
petitie tekenen
Je hebt JavaScript uitgeschakeld. Hierdoor werkt onze website misschien niet goed.

privacybeleid

Door te tekenen accepteer je de servicevoorwaarden van Care2
U kunt uw e-mail abonnementen op elk gewenst moment beheren.

Lukt het niet om dit te tekenen? Laat het ons weten..